sábado, 11 de novembro de 2006

Poesia torta

Eu vim do nada pra trazer
meu peito pra você descansar
as asas recolhidas e o calor
da presença que desfaz o medo
de perder o meu amor
o odor da tua pele calma
a macia alva tez da tua aura
a luz fosforescente do sorriso

incontido
Animo, preenche minha existência
complacência
estou sem dor

sim... estou assim
meu corpo todo faz-se usina
porque vivo pra sentir tua boca
minha menina indiferente a tudo
aos males do mundo
toda tristeza africana é pouca
e daí que a poesia é torta
se ela existe pra agradar a ti
se só assim a poesia existe

pervertido
sopro, essa corrente em sua nuca
é o ar usado que assopro em você
e o arrepio
é indolor

nada mais resta meu amor se acabou
puxo de volta todo o ar pra mim
e as luzes no horizonte riem
porque sabem que chegou o fim
mesmo que eu morra agora é tarde
aquela chama já em mim não arde
sobraram cinzas da saudade
não quero ser aquilo que não sou

arrimo
busco no nada as asas novamente
e sem sentido sigo descontente
descrente que isso irá um dia mudar
é um adeus sem Deus dará
é só um adeus
é só um Deus
é só

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