sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

f.u.g.a.

Vivi em uma busca inglória
corri como os ventos
e me vi tão só

injusta é a força da justa
ingrata distância
da vida ao pó

mas nada fará com que eu pare
encontrarei paz
e direi que não devo mudar

robusta, presença infame
materializa
o meu corpo em dor

lacuna, vago da essência
discreta e rotunda
existência é suor


mas nada virá se eu  fale
que sou incapaz
ferirei por não querer curar

as letras se formam ... palavras
palavras se tornam ... sentenças
senteça de morte ao autor

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Onde o Céu termina?



Eu tive toda a sua vida
Te consagrei linda e divina
Tristeza agora me ilumina
Estou morrendo, aonde o céu termina

De nada vale respirar
Se não sinto mais o seu ar
Retrato a dor da despedida
Ainda vivendo, aonde o céu termina

Me diga aonde você está...
Não quero mais ter que procurar
Você se foi pra essa sina
Volte de onde o céu termina

Não quero nada além de ti
Quis esquecer, não consegui
Com sua fúria assassina
Me ame onde o céu termina.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ilha

Estou diante do absurdo
assustado com minha dor
crendo mais e mais em mim
não digo que não quero mais nada

e a noite
ah... a noite me gela os olhos
com a beleza poética da lua
engrandecendo meu torpor

Querendo mais e mais, eu vago
sozinho em devaneios fugazes
de quem veio em busca de algo
e esqueceu onde estava afinal

mas nada me faz mais doente
que a manhã infernal do dia
onde esqueço minha aprazia
de sofrer com minha solidão.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Soneto da tarde quente

A tarde arde a terra
que o mesmo Sol inflama
o som do mar possante
na areia de Araruama

O vento não enfraquece
O ardor do sol inclemente
a rua decerto esquece
a criança vem sorridente

E onde vai a folha que cai?
vai pra baixo da terra seca
pros insetos felizes alimentar

Onde vai o futuro que esvai?
leva-nos e toda gente que peca
pra onde a folha foi descansar