segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Quatro estações do Cotidiano

Aurora
A calma paz esbaforida
O despertar dos que se bastam
A luz que quer nos embalar

Dia
A luminosidade esquecida
O pavor das horas que se arrastam
O torpor agudo refaz suar

Tarde
A volta crua da fadiga
A sérios velam, não se calam
A rósea lupina a rosnar

Noite
Lembrança nódoa suprimida
As sombras nuas se afastam
O medo frio a congelar

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Passando

um dia
perdi a nostalgia
e nunca mais senti
saudade que me deixasse bêbado

e a noite
não é mais igual
não olho mais o céu
com devaneios de futuros

fiquei sério
fiquei adulto
perdi coisas que nem sabia
e não consigo mais encontrá-las

porque perdi também
o mapa de mim mesmo
o guia de minha alma
e a luz da inocência

se houver um modo
quero encontrar meus pecados
e jogar tudo num lago
e não ter mais sonhos velados

e ficar apaixonado
pelo mundo de novo
e correr para minha casa
e encontrar meu passado.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

sobre o tempo

enquanto eu vejo um mundo
nada vê, em mim ninguém
nem roupas, nem sapatos
nem minha alma mercenária
envolta na eterna preguiça
de entender a dança melancólica
do tempo.

domingo, 27 de setembro de 2009

Vigilante

Essa noite vou chorar
não que eu queira.

Acontecerá de falta que o sentido dá
da dor que o sofrido temerá
a noite fria a luz de prata
a cidade esquecida e viva
o som da quietude interrompida
e a sepucral vida inabalada
e eu querendo movimentar
o que não pode ser mais afetado
a falsa sensação de euforia
um rasgo de mata vazia
distante eu voo mentalmente
encontro a paz de novo. inultimente.